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Foto do escritorAndressa Linhares

A Comunicação de dentro para fora na Comunidade PCD



Todos nós merecemos, precisamos e temos direito de saber dos fatos que nos permeiam. Cada núcleo social contém suas características, identificações, políticas, cultura e história. Ter uma deficiência não diminui nossa potência enquanto indivíduo, seja o que queremos saber ou fazer somos capazes, ao nosso modo, e esperamos que um dia possamos ter esse pensamento firmado socialmente.


O grande entrave social que vivenciamos é o preconceito estrutural, todo e qualquer julgamento à respeito de algo tem ligação historicamente, mediante aos costumes, valores e ideais que atualmente são retrógrados, especificamente nesse aspecto, onde constituem o PRE - CONCEITO do que somos ou que devemos ser.


A comunidade PCD reverbera por um contexto social muito complexo, que envolve culturalmente o conceito de "anormal", como se fosse comum concluir que pessoa com deficiência é um ser defeituoso, que não pode realizar as mesmas atividades e vivenciar as mesmas situações que uma pessoa sem deficiência. Estamos em uma luta para que isso mude. Mas é necessário entender que ainda ocorre muitas dificuldades, é na observância dos pequenos detalhes que captamos quando somos uma sociedade capacitista.



Capacitismo...


Silva (2021, online) a partir dos questionamentos de Fiona Kumari Campbell, expõe que o capacitismo está para o segmento da pessoa com deficiência assim como o racismo está para as pessoas negras ou o machismo para as mulheres: vincula-se com a fabricação de poder. O capacitismo se manifesta nas esferas sociais, públicas e privadas, negando a estes sujeitos possibilidades de participação em políticas de saúde, acessibilidade, educação, cultura e lazer. Tudo isto se deve ao fato de que, historicamente, disseminou-se um ideal de corpo funcional tido como “normal” para a raça humana, conceito ao qual Mello (2014) denomina corponormatividade.

O capacitismo é a forma que é externado o preconceito pela pessoa com deficiência, muito relevante entender que somos seres políticos, e por isso, jamais devemos estar excluídos de uma sociedade da qual construímos também, com nossas capacidades, mesmo que alguns possam pensar ao contrário, justamente porque no enredo histórico éramos escondidos, sacrificados, mantidos em lugares afastados com a ideação que não poderíamos corresponder as expectativas sociais.


A comunicação dentro da nossa comunidade é simplesmente baseada no fato de que somos além de um contexto arbitrário, onde fomos negligenciados por tantos anos e muitos de nós no passado foram tratados como a escória humanidade, por isso, por mais que o assunto seja de fato debatido, exposto e explicado várias vezes, sempre há um caso capacitista, porque é mais uma complexidade social em referência do que somos.


Quando aborda-se a comunidade pcd no Comunicapcd, não é com o intuito apenas de mostrar para pessoas sem deficiência que somos capazes de ir e vir, mas de deixar claro para a nossa própria comunidade que temos valor sim social, somos e queremos, lutamos e vencemos, não é atoa que algumas questões sobre nós pcds já foram rebatidas e revistas na esfera governamental.


No atual momento na sociedade, é chegada a hora de sermos vistos como seres humanos dignos de qualquer possibilidade de vida, de construir e emergir em qualquer área, participar e agregar no mercado de trabalho, porque não podem medir nossa capacidade pela deficiência que temos, afinal é apenas uma característica nossa, não uma definição, antes de tudo somos pessoas gerando conteúdo e contribuindo socialmente.


Portanto, quando explana-se o conceito e situações dificultosas que a pcd vivencia, não é para mostrar superação, muito menos as pessoas sem deficiência sentirem pena e tratar nossa comunidade de forma diferente, mas sim igualitária, óbvio como todo eixo social tem suas próprias diferenças, suas demandas são divergentes em alguns aspectos de outro, mas nunca deixemos que desmereçam a nossa luta, nossos esforços, e até aonde chegamos, no meio de tanto desprezo pelo corpo não padrão. Então, o objetivo é sacudir a mente da comunidade PCD, para que juntos possamos mostrar para o mundo nosso lugar, nossa história, devemos nos politizar para dar a largada e continuar nosso caminho.


O que as pessoas sem deficiência aprendem é lucro, mas o que temos que saber sobre nós mesmos é essencial. É fazer da percepção capacitista que nossas deficiências não são fraqueza, mas tornam-se muitas vezes nossa força, não com o propósito de romantizar nossas dores, mas de nos dá força, porque só um pcd compreende outro pcd, mas não custa nada educar quem não entende, não é mesmo?!



Att: Andressa Linhares ~


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