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  • Foto do escritorAndressa Linhares

Uma pincelada na HISTÓRIA das Pessoas com Deficiência

Atualizado: 29 de fev.


A forma que as pessoas com deficiência se expressam parece exagero para uns, porque não vivenciam tais momentos de descaso, de falta de respeito, inacessibilidade, por isso tudo parece vitimismo para estes que não entendem o que lidamos todo segundo de nossas vidas.


Ao longo do tempo as pessoas com deficiência dependiam da "boa vontade" do ser humano que não tem deficiência e isso vem modificando atualmente, mas historicamente, se formos fazer uma pincelada de como as pessoas com deficiência eram tratados, nesse instante fica nítido o extremismo e descaso para a comunidade pcd, aparentemente, não é ressaltado nossa trajetória, nem as pessoas com deficiência se esmeram em relatar tais fatos, até para que possamos seguir em frente.

De acordo com os historiadores a sobrevivência de uma pessoa com deficiência nos grupos primitivos de humanos era impossível, porque o ambiente era agressivo e ríspido e essas pessoas representavam um fardo para o grupo. Só os mais fortes sobreviviam e era, inclusive, muito comum que certas tribos se desfizessem das crianças com deficiência. (Pereira, Márcio, 2017 p. 84)

Segundo Pereira (2017), na Grécia antiga, Platão em seu livro - A República e Aristóteles em sua obra - A Política, lidaram com a forma que era feito o planejamento das cidades gregas, direcionando de como deveria ser tratadas as pessoas consideradas "disformes", para uma Eliminação, era uma forma de abandono ou atiradas do aprisco de uma cadeira de montanhas chamadas Taygetos, na Grécia.

Em Platão, A República, Livro IV, 460 c - Pegarão então os filhos dos homens superiores, e levá-los-ão para o aprisco, para junto de amas que moram à parte num bairro da cidade; os dos homens inferiores e qualquer dos outros que sejam disformes, escondê-los-ão num lugar interdito e oculto, como convém (ONLINE, 2017 apud GUGEL: 2007, p. 63).

Já outro filósofo em sua obra - A Política, de Aristóteles, Livro VII, Capítulo XIV, expõe que:

Quanto a rejeitar ou criar os recém-nascidos, terá de haver uma lei segundo a qual nenhuma criança disforme será criada; com vistas a evitar o excesso de crianças, se os costumes das cidades impedem o abandono de recém-nascidos deve haver um dispositivo legal limitando a procriação se alguém tiver um filho contrariamente a tal dispositivo, legal limitando a procriação se alguém tiver um filho contrariamente a tal dispositivo, deverá ser provocado o aborto antes que comecem as sensações e a vida (a legalidade ou ilegalidade do aborto será definida pelo critério de haver ou não sensação e vida) (ONLINE, 2017 apud GUGEL, 2007, p. 63).

Já mais à frente nesse percurso da nossa história, segundo Pereira (ONLINE, 2003) na Segunda Guerra Mundial, que ocorreu entre os anos de 1939 à 1945, liderada pelo alemão Hitler, no Holocausto eliminou Judeus, Cigados e também Pessoas com Deficiência. Tem-se uma estimada de 275 mil adultos e crianças assassinadas nesse período e, 400 mil pessoas suspeitas de terem de forma hereditária a cegueira, surdez e deficiência intelectual, estas foram esterilizadas em nome da política da raça ariana pura.



Portanto, não é atoa que estamos sempre tentando não regredir ou perder o que temos, somos restritos de várias maneiras e não temos opções, mas podemos evidenciar sempre que temos nossos direitos assegurados na atualidade, perante a LBI - Lei Brasileira de Inclusão. As pessoas com deficiência (nós) precisam saber e compreender a necessidade de adquirir conhecimento, letramento sobre a comunidade que fazemos parte e dividir tudo isso com a sociedade é o principal motivo de reivindicações.


No entanto, o que a sociedade encara como vitimismo, rotula e segrega a comunidade pcd, as pessoas com deficiência por sua vez, se esmeram em criações de conteúdos de conscientização. Mas será que está funcionando? Se tem um progresso, é notório, mas sempre uns casos muito tortuosos que relacionam as pessoas com deficiência, expressões que não deixam de usar, nem no meio social, muito menos na maioria das famílias das próprias pessoas que vivenciam esse preconceito. Porque na maioria das vezes os grandes abusos sejam psicológicos e físicos estão em seus próprios ambientes domésticos.


Segundo dados do IBGE, o Brasil tem mais de 18 milhões e meio de pessoas com deficiência. Só no primeiro semestre de 2023, o Disque 100 registrou mais de 40 mil violações sexuais praticadas contra PCDs - pessoas com deficiência. (Online, 2023)


Então, uma pessoa que não tem deficiência relatar ou expor suas opiniões sobre nós (pessoas com deficiência), e afirmar que não é possível que a sociedade seja tão preconceituosa assim, das duas uma; diminue nossa luta, reduzindo ao estereótipo de tudo que concluem sobre nós, ignoram e nem pretendem entender o porquê estamos sempre expondo o capacitismo para melhor entendimento social, e a outra opção seria só falta de conhecimento mesmo e que beira a ignorância, sem acesso à informação, o que hoje em dia ainda é possível, mesmo com tantas possibilidades de acesso, algumas pessoas não são tão privilegiadas, e também ocorre de indivíduos mais velhos, com o pensamento enraizado de todo e quaisquer preconceito, fica mais complexo inserir pensamentos desconstruídos em suas mentes.


Por enquanto, é extremamente relevante continuarmos com nossa relação com a luta Anticapacitista, através de projetos, palestras, conteúdos digitais, atividades e dinâmicas em seus respectivos espaços de trabalho, em meio ao ambiente familiar (por mais difícil que pareça), e em qualquer oportunidade sim esclarecer e explicar nossas possibilidades de alcançar além do que imaginam, e depois que a gente tiver conhecimento, cada um fazendo seu papel dentro do seu ciclo social, apesar de ser cansativo, é necessário, talvez nós não vamos colher os louros dos quais plantamos as sementes, mas faremos parte da história de quem um dia vai obter mais benefícios de adaptação, acesso, informativos, agregação e afins, para uma real inclusão, mas acima de tudo respeito pelo direito de existir.


Tudo vale a pena quando a Alma não é Pequena

Fernando Pessoa


Ass: Andressa Linhares

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REFERÊNCIAS


PEREIRA, Márcio, ciências gerenciais em foco, – v. 8, n. 5 (2017) - Online, 2017. Acesso 19 de fevereiro de 2024, às 14h44. Disponível em:




Portal g1, Abuso e violência contra PCDs: 'Pessoas com deficiências são vistas como as únicas responsáveis por sair dessas situações', diz psicóloga. Online, 2023, Acesso 19 de fevereiro de 2024, às 14h30. Disponível em:


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