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  • Foto do escritorAndressa Linhares

A limitação está nos ambientes e NÃO nas PCDs


O problema é que as pessoas limitam umas às outras com definições e rótulos, e a sociedade toda foi construída com essa base, e isto, infelizmente, afeta todos os nichos sociais, independente do que é dito e explicado. Por exemplo, as pessoas julgam “o livro pela capa” - apenas mais um erro social. As pessoas com deficiência não ficam distantes desse julgamento, que se externa como preconceito. Assim, imaginam que não podem executar atividades comuns por ter uma deficiência, e, na mente da sociedade, isso pode ser entendido como limitação.


A única limitação existente nesse contexto todo é a falta de acessibilidade nos ambientes em geral, nos quais toda pessoa deveria ter o direito de transitar. Porém, não se pensa, ainda, na PCD como alguém capaz de viver como qualquer ser humano. Esse pensamento errôneo incide na falta de adaptação para essas pessoas, porque elas não são lembradas e vistas como indivíduos que desejam experienciar o mundo, mesmo nas questões mais simplórias, como ir e vir para determinado ambiente sem ajuda, se existissem em todo lugar a sinalização e o acesso para que tal ação ocorresse.


O capacitismo se expressa através desse pensamento de incapacidade por se ter uma deficiência. Por causa desse estigma, caiu em desuso a nomenclatura “deficiente”, pois ela leva ao entendimento que se a pessoa tem uma deficiência, esta é toda deficiente. Entretanto, sabe-se que a deficiência é apenas um detalhe, uma parte, não define ou traduz quem somos; pelo contrário, é importante compreender que o ser humano possui inúmeras formas de movimentação, de sentidos e, consequentemente, maneiras de se relacionar.


Quando acontece a “limitação”, a situação diz mais sobre os ambientes do que sobre as PCDs, já que, segundo o art. 3º, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), elas possuem o direito de obter:

acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.

O impeditivo à mobilidade está na falta de acessibilidade e, também, na forma como as pessoas sem deficiência se expressam mediante as PCDs, enfatizando apenas a deficiência e fazendo disso sua única realidade, esquecendo que elas são seres humanos e que, como qualquer cidadão, têm direito à educação, trabalho, atendimento à saúde, lazer e desenvolvimento humano, e que são capazes de transformar a própria realidade e viver como qualquer indivíduo.

 

Texto: Andressa Linhares - Graduada em Comunicação Social - Relações Públicas pela Universidade Federal do Maranhão e idealizadora do projeto comunicapcd. Correção: Éllida Guedes - Profª Drª do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão, graduada em Relações Públicas.




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